Educação e Concursos

 | Divulgação

Ler e pensar

Matemática que vai além do mito

  • Foi durante uma conversa informal com os alunos do quinto ano da Escola Municipal do Estado do Paraná, que a professora, percebeu que a Matemática ainda era vista por muitos como uma disciplina difícil e de aplicação distante do cotidiano.

Disposta a desmistificar a fama de vilã da matéria, ela elaborou no ano passado um plano para provar que os números não ficam restritos à sala de aula.

“Quis mostrar que a matemática está em tudo, que o estigma que a acompanha é injusto e que não se vive sem ela. Bem decifrada, facilita a vida e cabe aos primeiros professores provar isso”, defende.

Jornal como ferramenta pedagógica

Para alcançar o objetivo, a professora  encontrou nos jornais on line os  melhores aliados. Por meio da leitura diária das notícias, mostrou aos estudantes que os números são onipresentes: aparecem em todas as páginas – seja na paginação ou como informações em textos, gráficos ou anúncios, por exemplo.

Todas as atividades do projeto batizado de “Matemática é Ler e Pensar” foram relacionadas à grade curricular da classe. “Fizemos desde pesquisas sobre os times dos alunos, até investigação nas ruas para saber o índice de moradores do bairro que separavam o lixo. De volta à escola, interpretamos os dados e produzimos gráficos e análises dos assuntos”, conta.

A disposição para aproximar a disciplina dos estudantes foi tamanha, que até o jardim da escola, com pneus adaptados para serem canteiros de flores, serviram para a compreensão de cálculos sobre círculos e circunferências.

A soma do amor

No total, foram 40 jovens do 5.º ano sensibilizados e, de acordo com a educadora, as transformações superaram expectativas. Alguns alunos mais retraídos, ao levarem as notícias para ler em casa, aproximaram-se dos pais.

Um deles, após algum tempo de trabalho, escreveu um bilhete reconhecendo que a “matemática está em tudo mesmo, até no amor”. Para a educadora, ele levou em conta a soma dos membros da família.

“Trabalhamos isso em sala e foi bonito perceber a aplicação feita na vida”, concluiu a professora, animada para repetir com uma nova turma, por mais um ano, os bons resultados vividos.

 

 

Mercadante diz que há indícios de abusos pelas universidades. | José Cruz/ABr

Mercadante diz que há indícios de abusos pelas universidades.
financiamento estudantil

Justiça derruba liminar que acabava com limite de reajuste no Fies

Decisão foi tomada na última segunda-feira (23). A ação tinha sido movida pela federação das escolas particulares, a Fenep, e beneciava cerca de 1,5 mil instituições vinculadas à entidade

 

Texto publicado na edição impressa de 25 de março de 2015

Na última segunda-feira, 23 de março, o Ministério da Educação (MEC) conseguiu derrubar a liminar que liberou o teto de reajuste de 6,4% das mensalidades de cursos inscritos no Fies. A ação tinha sido movida pela federação das escolas particulares, a Fenep. Cerca de 1,5 mil instituições tinham sido beneficiadas pela liminar agora cassada.

No parecer em que defende a manutenção das novas regras do programa, inclusive a do teto nos reajustes das mensalidades, o MEC diz que a redução do fluxo de pagamentos às instituições privadas participantes do Fies neste ano já teriam resultado em uma economia de R$ 4,2 bilhões ao governo federal. No ano passado, o custo do Fies foi de R$ 13,7 bilhões.

O desembargador federal Cândido Ribeiro, que proferiu a decisão ponderou que acatar o argumento das privadas “tem potencial lesivo grave”, diante do efeito cascata em todo o país. “As decisões impugnadas, proferidas após exame superficial da questão, invadem a esfera de competência da administração pública, em seu juízo discricionário de conveniência e oportunidade, de gerir as verbas destinas no orçamento público”, argumenta.

Impacto adicional

Ainda segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mantenedor do Fies, a suspensão da trava de 6,4% para as instituições filiadas à Fenep teriam um impacto adicional neste ano de R$ 150 milhões a cada 1% de alta.

“Esse montante implicaria na impossibilidade do Fies receber novas inscrições para financiamento de aproximadamente 15 mil estudantes no presente exercício ou de realizar o aditamento de renovação de contrato no segundo semestre de 2015 de cerca de 30 mil estudantes”, calcula o órgão, vinculado ao MEC.

Na semana passada, o presidente do Tribunal Regional da 5.ª Região, já havia revogado outra limitar, que suspendia as mudanças no Fies para instituições de Alagoas.

Nova ação

Ainda nesta terça-feira (24), o Ministério Público Federal em Minas Gerais, informou ter entrado com uma ação civil pública para impedir que estudantes deixem de participar do Fies por causa das alterações feitas no programa no fim do ano passado. A informação é da Agência Brasil.

O MPF/MG alega que o MEC promoveu mudanças sem comunicar aos interessados e pede que calouros e veteranos que tiverem interesse em participar ou permanecer no Fies estejam sujeitos às “mesmas regras e diretrizes do ano letivo de 2014”.

De acordo com o MPF/MG, algumas instituições de ensino superior estão obrigando alunos que iniciaram cursos em 2015 a renegociar as prestações e firmar novos contratos, sob pena de serem automaticamente desligados.

A ação foi distribuída para o juízo da 1.ª Vara Federal em Uberlândia, que intimou a União a se manifestar em 72 horas.